Entre 2013 e 2019 a participação das mulheres na área da cibersegurança aumentou de 11% para 24%, segundo o Consórcio Internacional de Certificação de Segurança de Sistemas de Informação (ISC). Embora o número ainda seja baixo, a inserção feminina no setor está em alta. Trabalhar com tecnologia tem vários benefícios financeiros e uma perspectiva muito promissora para o futuro das pessoas, portanto, cada vez mais mulheres estão demonstrando interesse neste campo e atuando como excelentes líderes.
Na última década, o número de mulheres estudando Tecnologia da Informação e Comunicação, tanto em cursos de nível técnico quanto de nível superior, aumentou em 10%, e o aumento foi de 2,5% nas áreas de engenharia, de acordo com dados compartilhados na feira de inovações de comércio eletrônico OMExpo Madrid 2018.
No momento, nove em cada cem cargos de gestão em tecnologias da informação e comunicação (TIC) são ocupados por mulheres, de acordo com um estudo da empresa de consultoria PwC, e uma em cada cinco graduadas em informática e telecomunicações nos países da OCDE é mulher, segundo a União Internacional de Telecomunicações.
Organizações como SAP, Kaspersky, Deloitte ou Rockwell Automation são exemplos de que a segurança cibernética pode ser liderada com sucesso por mulheres, já que suas áreas de segurança cibernética são lideradas por elas.
Mulheres em destaque na segurança cibernética
A inclusão das mulheres na área de segurança cibernética tornou-se tão importante que foi criada a lista das 50 melhores mulheres em segurança cibernética da América Latina. É uma lista que homenageia mulheres que se destacam neste âmbito e reconhece sua dedicação, liderança e esforço, bem como suas contribuições para esta especialidade.
Em 2021, foi realizada a segunda edição deste reconhecimento, organizado pela Women in Cybersecurity (WOMCY) e Women in Security & Resilience Alliance (WISECRA), organizações fundadas para conectar, treinar e empoderar as mulheres no campo da segurança.
Por sua vez, a Rockwell Automation conta com Nicole Darden Ford como vice-presidente e diretora de segurança da informação. Ela começou nessa área de segurança no exército e no governo federal dos EUA, incluindo o Estado Maior Conjunto, onde administrou assuntos relacionados à segurança, engenharia de redes e telecomunicações.
Darden Ford conta com mais de 20 anos de experiência na liderança de TI e com um amplo conhecimento em temas como análise forense, transformação digital e práticas de segurança nacional. Antes de se unir à empresa, trabalhou na Carrier, como vice-presidente global e diretora de segurança da informação, e também na Baxter International com uma posição similar.
Além disso, a ONU Mulheres, Organização dos Estados Americanos (OEA), empresa de consultoria e El (ISC) estão constantemente realizando estudos sobre as oportunidades, garantias e condições que as mulheres enfrentam no campo da segurança cibernética.
Desafios futuros
É necessário continuar fechando as lacunas do setor de tecnologia, aproveitar as qualidades das mulheres em segurança e controle, e promover cada vez mais a igualdade de gênero no local de trabalho. Os cargos de liderança devem ser preenchidos por aqueles que têm o conhecimento e as habilidades para fazer o melhor trabalho, independentemente do sexo.
Vivemos uma época de mudanças em favor da inclusão e igualdade de oportunidades no trabalho para as minorias, incluindo as mulheres. Assim, as ações das empresas, universidades e da sociedade em geral, são essenciais para a geração de empregos, ferramentas, bolsas e programas que capacitem as mulheres no setor de segurança cibernética.
São os casos de #MujeresHacker, um programa da multinacional Telefónica para tornar visível o papel da mulher na cibersegurança e tecnologia, ou das Bolsas de Estudo para a Equidade: Mulheres em Gerações de TI 5.0, o programa de bolsas da Universidade EAN (Colômbia) para reduzir a lacuna de gênero no acesso ao ensino superior em ciências, tecnologia e matemática.
Além disso, algumas regiões e países já tomaram a iniciativa e criaram organizações como Women Tech Network (Europa e Estados Unidos), Australian Women in Safety Nets (ASWN) (Austrália), Code Like a Girl (Global), WoSEC (Estados Unidos, Canadá, França, Suíça, Índia e Quênia, entre outros países), WOMCY (América Latina) e muitas outras.
Revisado por Fernando Gonçalves (Networks & Security Services, Marketing Manager, Latin America Region).